No passado dia 23 de Outubro, os trabalhadores de seguros manifestaram-se à porta da APS, exigindo o cumprimento do CCT 2008 nas seguradoras e reclamando aumentos salariais, congelados desde 2010.

Esta tribuna pública de denúncia, protesto e luta contou com a presença do Secretário-Geral da CGTP, Arménio Carlos.

A maioria das seguradoras, seguindo instruções claras da sua associação patronal (a APS), continuam a negar aos associados do SINAPSA os direitos consignados no CCT 2008, mesmo depois do Tribunal do Trabalho do Porto ter considerado como válido o Contrato Colectivo de Trabalho que o SINAPSA defende.

O fundamento agora utilizado para a prossecução dos seus objectivos de pressionarem os trabalhadores de seguros, nossos associados, em se vincularem ao CCT 2012 - por força dos sucessivos incumprimentos ao CCT 2008 - é o facto da sentença ainda não ter transitado em julgado, ou seja, de ainda não ser definitiva e a APS ter recorrido para o Supremo Tribunal de Justiça.

Os trabalhadores de seguros, especialmente os nossos associados, que tão corajosamente têm resistido à pressão das seguradoras para alterarem o seu vínculo contratual, têm que manter acesa a luta na defesa dos seus direitos, que só o CCT 2008 preserva de forma clara e inequívoca.

No âmbito salarial, a APS mantém um bloqueio total a qualquer negociação que tenha como finalidade a actualização dos salários.

Convém recordar que os salários nominais dos trabalhadores de seguros têm permanecido inalteráveis desde o ano de 2009 e que a perda do poder de compra se situa na ordem dos 17%.

Pelo contrário, as seguradoras têm acumulado resultados positivos que ascendem 1.667 milhões € de lucros (397 milhões €, 36 milhões €, 542 milhões € e 692 milhões €, respectivamente, em 2010, 2011, 2012 e 2013).

O aumento salarial para todos os profissionais de seguros é um imperativo sectorial e nacional, porquanto a valorização profissional através dos salários é condição fundamental para a melhoria das condições de vida dos trabalhadores e das suas famílias.