O secretário Geral da CGTP, que hoje participou numa concentração de trabalhadores da Ageas Seguros, acusou a empresa de preparar "um despedimento coletivo, passando para a opinião pública a ideia de que se está perante um processo de rescisões".
"É um despedimento coletivo de cerca de 90 trabalhadores a nível nacional. Isto é tanto mais inadmissível porque estamos a falar de pessoas com uma grande competência, com uma grande experiência", sublinhou Arménio Carlos.
Segundo o dirigente da CGTP, "a finalidade é substituir trabalhadores pelo 'outsourcing' [contratação de serviços externos], ou seja, despedir uns para contratar outros com menos direitos e com salários mais baixos. Uma consequência óbvia será a degradação do serviço que é prestado aos clientes".
Na concentração/plenário, em que participaram dezenas de trabalhadores, foi aprovada uma greve parcial, ainda sem data definida.
Segundo Paulo Mourato, presidente do Sindicato dos Profissionais de Seguros e Afins, "o dia e as horas da paralisação serão agora decididas em diálogo com as estruturas no terreno, nomeadamente com os delegados sindicais".
Em declarações aos jornalistas, Paulo Mourato considerou também que "em causa está o despedimento de 89 pessoas. A empresa está a fazer um despedimento coletivo encapotado na nossa opinião".
"O que os trabalhadores pretendem com este protesto é manter os seus postos de trabalho. Puro e simples. É importante que todos possam resistir no sentido de preservarem os seus postos de trabalho", frisou.
Em comunicado, o grupo Ageas Portugal esclarece que "está a levar a cabo um plano de adaptação da organização que abrange 89 pessoas, que na sua maioria se encontram na faixa etária acima dos 58 anos, com vista a ter menor impacto na respetiva carreira profissional".
O plano "assenta em acordos mútuos que estão a acontecer entre colaboradores e a empresa e que resultam obviamente de uma decisão pessoal e individual, tendo a empresa desenvolvido todos os esforços para proporcionar as condições financeiras e sociais adequadas".
O grupo salienta ainda que tem mantido "um diálogo aberto, de escuta e colaboração com os órgãos representativos dos trabalhadores, acolhendo recomendações que resultaram em ajustes nas condições propostas" e que, por este motivo, "foi com surpresa" que recebeu a informação da concentração de hoje.
Nas declarações que prestou aos jornalistas, o dirigente sindical Paulo Mourato afirmou ter conhecimento de que empresa consultora externa que está a fazer as entrevistas diretas com os abrangidos pelo plano, "os tem pressionado a assinar, inclusive alegando a extinção do posto de trabalho, o que deixa os trabalhadores pressionados e desconfortáveis".
Acrescentou que no Porto a empresa tem cerca de 200 colaboradores, de um total nacional de cerca de 1.300.
PM // MSF
Lusa/fim
FONTE: Porto Canal com Lusa
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