A desigualdade é nos dias que correm um tema presente em vários contextos sociais, desde logo no ambiente empresarial, no âmbito das políticas sociais praticadas pelas empresas. Dado que as empresas constroem as políticas sociais a partir do seu interesse próprio, facilmente se pode inferir que as politicas sociais em causa são verdadeiramente políticas de marketing, cuja única aderência à realidade é somente aquela que a empresa lhe interessa apresentar.
Vem isto a propósito da desigualdade provocada pela empresa com o propósito claro de criar a diferença e deste modo, a subjugação.
Os trabalhadores do Centro de Atendimento da Fidelidade em Évora são diariamente discriminados e subjugados pela empresa.
Como?
1. Trabalham o mesmo número de horas que qualquer outro trabalhador do Centro de Atendimento de Lisboa e ganham menos de 100 euros. Isto é, um trabalhador do Centro de Atendimento de Lisboa ganha 700 euros e um trabalhador do Centro de Atendimento de Évora ganha 600 euros pelo mesmo trabalho.
Confrontamos a representante da empresa com esta discriminação e obtivemos a seguinte resposta:
Tal deve-se ao facto de um trabalhador em Lisboa ter um custo de vida mais elevado, desde logo com a habitação. É claro que a representante da empresa, afirmamos nós, não tem a noção que 700 euros são insuficientes para pagar um quarto em Lisboa.
Eis-nos perante um caso em que a empresa discrimina objectivamente pela localização geográfica (interior/capital), criando a diferença pelos custos do trabalho. A isto chamamos exploração.
A empresa legitima a posição de que a trabalho igual não tem que corresponder salario igual, violando assim a Constituição da Republica Portuguesa.
2. Estes trabalhadores são também discriminados face aos restantes trabalhadores que pertencem aos quadros da Fidelidade. Perante o desempenhando das mesmas funções, qualquer trabalhador da Fidelidade ganha muito acima de 700 euros. De novo presente a discriminação de, perante o mesmo trabalho, haver um menor salário para os trabalhadores do Centro de Atendimento da Fidelidade em Évora.
Mas a discriminação vai mais longe...
Por exemplo:
O dia 24 de Dezembro é um dia de tolerância de ponto na Fidelidade. Pois, aos trabalhadores do Centro de Atendimento da Fidelidade em Évora é-lhes exigido que façam trabalho extraordinário, gratuito, nos dias que antecedem o dia 24 de Dezembro, para que no dia 24 o Centro de Atendimento da Fidelidade possa fechar. A boa acção natalícia da empresa para com os seus trabalhadores chama-se, mais uma vez, exploração.
A pressão, a coação psicológica, as enormes cargas de trabalho levam ao aparecimento de doenças profissionais. Quando recomendados pela medicina no trabalho a diminuírem a exposição ao risco, os trabalhadores do Centro de Atendimento da Fidelidade em Évora procuram que a empresa lhes dê trabalho compatível com a limitação atestada pela medicina no trabalho. Para sermos concretos estamos a falar de casos de surdez, afonia e cancro. A empresa, após muita insistência, providencia alteração de funções, e perante um relatório que atesta, por exemplo, que o trabalhador tem uma perda auditiva irreversível de 30%, a empresa sujeita o trabalhador a consultas de avaliação periódicas (mensais nuns casos, semestrais noutros).
Perante casos de trabalhadores com doenças crónicas que necessitam de tratamento especializado que implica deslocação a Lisboa com regularidade trimestral, a empresa desconta o dia ao trabalhador, mesmo quando este tem em Banco de Horas, tempo que compensa largamente o período despendido para o tratamento. Quando o trabalhador solicita que o período em causa lhe seja descontado do Banco de Horas, a empresa recusa sem qualquer justificação.Todos os trabalhadores do Centro de Atendimento da Fidelidade são forçados a fazer trabalho extraordinário não remunerado para receberem prémio de produtividade, o que significa que 8 horas de trabalho desenvolvido e bem exectutado é insuficiente para a atribuição de prémio de produtividade, no Centro de Atendimento da Fidelidade.
A empresa precisa de trabalho suplementar grátis.
Estes são verdadeiramente "o bónus" que a empresa atribui a estes trabalhadores por dizerem todos os dias: "bom dia!" aos clientes, prestadores e mediadores da Fidelidade, com um sorriso na voz, como é exigido pela qualidade.
Os trabalhadores do Centro de Atendimento da Fidelidade sofreram demasiado tempo em silêncio, até que um dia, cansados da chantagem e da submissão a que estavam sujeitos, contactaram o sindicato da actividade seguradora: o SINAPSA.
Desde então temos denunciado, ponto por ponto, as ilegalidades cometidas pela empresa e sua falta de transparência. Hoje temos trabalhadores no Centro de Atendimento da Fidelidade que conhecem os seus direitos e lutam por melhores condições de vida. São trabalhadores que valorizam diariamente o trabalho e apoio das Delegadas Sindicais do SINAPSA, sempre presentes.Os trabalhadores do Centro de Atendimento da Fidelidade concentram-se pelo segundo dia em duas semanas em frente às instalações da Fidelidade porque querem ser reconhecidos como trabalhadores com direitos.
Reivindicam que o trabalho por si desenvolvido seja justamente remunerado.
Exigem vergonha a quem discrimina o valor do seu salário em função da localização geográfica onde o seu trabalho é desenvolvido.
Não há problemas insolúveis. Por isso propomos:
1. Aumentos salariais, Já!
2. Aumento do Subsidio de Alimentação, Já!
3. 35 horas semanais, Já!
4. Saúde e segurança no trabalho, Já!
5. Aplicação do ACT, Já!
SINAPSA. JUNTOS SOMOS + FORTES!
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