A Grande Vaga de Frio
Teatro
Carlos
Alberto
19 - 29 Abril
Orlando continua atraente. Tem trinta e seis anos há pelo menos cem anos. É homem? É mulher? Não tem dúvidas sobre os sexos a que pertence e, no entanto, não pode ter certezas. Fazendo o balanço da sua vida de mulher, de mulher casada e de poeta publicada, Orlando ouve o som do vento no carvalho, o mesmo que levou o marido para o Cabo Horn. Adensa-se a nuvem de humidade que tudo permeia no século XIX. Mas é na Grande Vaga de Frio que foi realmente (realmente?) feliz e Orlando prepara-se para o regresso ao Grande Carnaval no Gelo... Com dramaturgia de Luísa Costa Gomes e direção de Carlos Pimenta, A Grande Vaga de Frio rememora essa "biografia" que Virginia Woolf compôs sobre uma figura camaleónica, sempre jovem, que muda caprichosamente de sexo e identidade: um jovem nobre do século XVI que percorre três séculos, culminando como escritora na própria época de Woolf. Orlando é uma nova prova ao raro sentido de composição e à desenvolta plasticidade de Emília Silvestre, depois dos fulgurantes monólogos e solos que foram pontuando o percurso da atriz do Ensemble, da Dama d'Água de Frank McGuinness (2001) à Winnie de Ah, os dias felizes (2013) ou à Voz Humana de Cocteau (2011). Alguns meses depois de uma primeira e bem-sucedida temporada nas cidades de Lisboa e Porto, a mais longa e encantatória das cartas de amor à literatura dá-se a ler de novo em cena, como expressão do amor à liberalidade do palco.
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